“O ano mudou, mas eu não mudei”.
- Dra. Ticiana Paiva
- 7 de jan. de 2020
- 2 min de leitura

Como as pessoas são afetadas emocionalmente pelo momento de final e início de ano?
Estar atento ao outro e compreender o sofrimento humano é no final e início de todos os anos.
Estamos nos primeiros dias do ano, pós comemorações natalinas, tradições de passagem de ano, balanços do ano que passou e aspirações para o novo ciclo... e para você, o que representa esse momento?
Para algumas pessoas esse foi um momento especial e importante de festividades, alegrias e renovação, para outros, esse período acentua sentimentos de falta de sentido, solidão e desesperança de que o próximo ano poderá ser diferente e melhor. Afinal, por que essa época do ano provoca sentimentos tão opostos em cada pessoa?
Na #livedequinta batemos um papo sobre esse tema tão delicado e compartilhei com vocês um dado alarmante, segundo o CVV (Centro de Valorização da Vida) há aumento de 20% das ligações nesse período. A reflexão que me ocorreu foi sobre a necessidade de olharmos para a complexidade e singularidade desse sofrimento acentuado no final de ano. Essas duas ideias são chaves para compreendermos que não são as festividades em si ou as tradições e religiosidade desse período as responsáveis por esse sofrimento.
A maneira com que esses dias finais do ano são vivenciados por cada um de nós está intimamente ligado com todos os outros dias que antecederam esse período. Ou seja, é uma equação com vários elementos que se somam e intensificam a vulnerabilidade emocional daqueles que já estavam fragilizados.
Sem dúvida, esse momento de passagem de ano nos toca, nos faz refletir sobre os ganhos e perdas, encontros e desencontros vividos. Também é o período em que são recorrentes as demissões nos trabalhos, pressão para os estudantes que vão ingressar na faculdade ou que foram retidos, lembranças das pessoas que já não estão mais presentes, a obrigação social de estar em família quando muitas vezes não nos sentimos pertencentes e estimados, ou a necessidade de mostrar-se feliz e alegre quando não está.
Com tantos fatores externos e internos é que precisamos estar atentos para os processos individuais de significação desse momento, nunca podemos perder de vista a vivência única de cada pessoa. Se o sofrimento emocional é intensificado nesse período, na mesma proporção precisamos intensificar também as ações de cuidado e prevenção ao suicídio.
E para isso, você não precisa ser um profissional da psicologia ou de qualquer outra área para ajudar uma pessoa que passa por um momento difícil. Com um olhar atento e sensível, dizer “ando percebendo que não está bem, quer conversar?” podem ser reconstrutivos para alguém que não se sente visto.
A preciosidade do seu tempo e sua escuta são os melhores presentes de natal!
Para contribuir com o seu crescimento e daquilo que mais prezo: a ajuda ao outro, disponibilizo o link de acesso para a Biblioteca da Tici, onde você pode baixar gratuitamente diversos materiais sobre suicídio e crise emocional.
Quer ver a LIVE na íntegra? Clique aqui no nosso canal do YouTube.
Abraços,
Tici.
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